Rés

No rés d`'agua tem silêncio,
mas só quando não chove.

Tenho duas filhas: Tecla e Digita. Amo Tecla e aturo Digita. Alergia a juventude, sabe!?

Rosalina

Retirei do anjo a pedra
Analiso seu cativeiro:
Duro, muito duro. Vitrificado
do calor do martírio e da culpa.
Seu pai ali o deixara, sua mãe não se importou.
Vejo de perto a pedra fustigada marcada do existir perverso
Vejo na pedra em toda ela foi deixada, marcada de carne.
Assim como a faca é cegada e amolada e de tanto assim ambifriccionada,
tornaram-se ambas, carne e pedra, rosto e máscara.

O rosto só vê o concavo da máscara.

Deixei o anjo num lugar tranquilo, não sei onde.
Seu corpo doendo com saudade da pedra.
Não há pouso que não lhe seja estranho agora.

Antes o anjo na rocha sem cadeias nem fosso.
Ali ficava como o cão a quem foi dito: Fica!

Foi de repente
quando nascí já era gente.

de dentro do labirinto

Quando quis voar colou aos braços umas parcas penas, mas são precisas muitas e com real precisão.
 
Havia um monstro acuado num espaço que mentia o infinito.