Retirei do anjo a pedra
Analiso seu cativeiro:
Duro, muito duro. Vitrificado
do calor do martírio e da culpa.
Seu pai ali o deixara, sua mãe não se importou.
Vejo de perto a pedra fustigada marcada do existir perverso
Vejo na pedra em toda ela foi deixada, marcada de carne.
Assim como a faca é cegada e amolada e de tanto assim ambifriccionada,
tornaram-se ambas, carne e pedra, rosto e máscara.
O rosto só vê o concavo da máscara.
Deixei o anjo num lugar tranquilo, não sei onde.
Seu corpo doendo com saudade da pedra.
Não há pouso que não lhe seja estranho agora.
Antes o anjo na rocha sem cadeias nem fosso.
Ali ficava como o cão a quem foi dito: Fica!
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