medéia fala

De amar e desamar se faz meu caminho
De amar e desamar cada coisa
Um olhar baço desdenhoso do existir.
Barca sem porto, vontade angelimsólida dos anéis de muito ontem.
Quilha mordaz da barca carôntida.
Página limítrofe do pensamento
Espátula de retirar o teor dos anos.
Coração mesopotâmicoque verte minhas indecisões mais queridas
Rebusquei umas palavras já ditasdesditadas pela falta de uso
quiproquó de coisas interditas
quiz fazê-las e fí-las costumeiras
Uns se apoderam, sou destes,
outros se aglomeram em volta do mediano
Medeiam, que tragédia!
O vão entre a palavra e o gesto é onde se espera compreendê-la.
Mas, plenamente compreendida já é tarde.
Presto jazem os filhos, verdes folhas caídas.

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